HÙNTÒLOJI
O Húnkpámè Ayíonò Hùntòloji, pertence a Nação Jeje Mahi e foi fundado em 1952, por Franquelina Luiza da Rocha, Gaiaku Luiza. Está localizado no Alto da Levada, em Cachoeira/BA e inicialmente, teve seu “axé plantado”. No bairro de Variante do Alto do Cabrito, em Salvador/BA, em 1950.
Após a venda da área do terreiro, do Alto do Cabrito, para uma mãe de santo denominada Lourdes Ominibú, da Nação Jeje-Savalu. Gaiaku Luiza que enfrentava desafios e conflitos internos e com parte da família de santo, resolve retornar para Cachoeira, sua cidade natal. Com a ajuda da sua família, Gaiaku Luiza retorna para o Recôncavo, no dia 25 de outubro de 1961. Trazendo todos os assentamentos dos voduns com ela. Durante algum tempo, Gaiaku fica instalada na casa de seus pais (Miguel Rodrigues da Rocha e Cecília Ovídia de Almeida).
No ano de 1962, Gaiaku Luisa, com o apoio do seu pai, adquirem através da compra o terreno que pertencia a Indústria Tororó. Empresa de produção de papel), localizado no bairro do Caquende, no Alto da Levada. Onde até os dias de hoje está instalado o Húnkpámè Ayíonò Hùntòloji.
Após o falecimento de Gaiaku Luiza, em 2005, quem conduz o Húnkpámè é Dona Regina Maria da Rocha. Gaiaku Regina, 81 anos, sobrinha consanguínea e filha de santo da fundadora. Filha do Vodun Avimaje, Gaiaku Regina, junto com a comunidade do Húnkpámè. E quem zela e guarda o patrimônio deste terreiro, que em sua própria história e nas histórias de vida que o constituem. Definem os sentidos do que está aqui compreendido como Patrimônio Sagrado do Recôncavo.
Hùntòloji – A morada do Senhor
Subindo as escadarias que nos levam ao Alto da Levada, vamos observando o caminho por onde a água passou. Em formato de córrego, em movimento de corredeira. O Riacho da Levada, que dava um sentido e nome a esse lugar, não passa mais por ali.
Aqui ela está em casa…
Esse caminho, por onde andaram tantas e tantos, se abre para um lugar que está vivo em si. Quando chegamos ao lugar onde o Alto da Levada se mostra, avistamos com plenitude, Cachoeira e o Recôncavo da Bahia. E entendemos que, foram muitas as sensibilidades que fizeram deste, um lugar sagrado. O Rio Paraguaçu daqui, tem o formato de uma grande e majestosa serpente… Brilhante e antiga, como o Mundo. Aqui ela está protegida por morros, por gentes e tantas sortes de encantos, que compõem de forma histórica e cotidiana a identidade deste território sagrado. Aqui ela está em casa.
Segundo Sagrados do Recôncavo https://sagradosdoreconcavo.com.br
