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Mestre Traíra – O Legado Imortal.

Um caboclo seco e de pouco falar, feito de músculos, um grande mestre de capoeira. Vê-lo brincar é um verdadeiro prazer estético.

Mestre Traíra! Só mesmo Mestre Pastinha podia competir com Ele!

Uma figura lendária e reverenciada nas rodas de capoeira, transcende as simples palavras para se tornar um símbolo da arte afro-brasileira.

Quem foi, esse mestre excepcional? Qual sua trajetória e legado?

Embarque nessa leitura para desvendar um pouco dos mistérios que envolvem esse capoeirista notável. Luiz Ramos do Nascimento, nascido em Cachoeira, Bahia, na década de 20, (algumas referências apontando para 1925), teve sua vida entrelaçada com a capoeira desde muito cedo. Em 1945, Jorge Amado, em seu livro “Bahia de Todos os Santos”, eternizou Traíra com palavras que traduzem sua maestria:

Ele é o Mestre Traíra

“Um caboclo seco e de pouco falar, feito de músculos, um grande mestre de capoeira. Vê-lo brincar é um verdadeiro prazer estético. Parece bailarino. E só mesmo Pastinha pode competir com ele na beleza dos movimentos, na agilidade, na rigidez dos golpes.”

O aprendizado e aprimoramento

Em 1947, M. Traíra começou sua jornada de aprendizado com M. Valdemar, na Escola de Capoeira Angola. E mais tarde, mencionou ter recebido ensinamentos também de Severo do Pelourinho. M. Valdemar, em entrevista concedida ao M. Negotivo na década de 80, exaltou as qualidades de Traíra.

Mestre Traíra e a sua Colaboração

A fama desse Mestre se espalhou, e sua presença era constante nas rodas de, seja na Escola de Valdemar ou na de Sete Molas, ambas na Liberdade. Outro ponto chave é que no ano de 1955, foi imortalizado nas lentes de Pierre Verger no Barracão de Mestre Valdemar, local que por 40 anos serviu como berço para a nata dos bambas na Bahia por muito tempo.

No ano de 1957, Ele concedeu entrevista a Aloísio de Alencar Pinto, e ao lado de Mestre Valdemar e outros capoeiristas, e foi filmado na Cidade de Salvador, Bahia em 1960.

A obra-prima do Mestre Traíra

No ano de 1962, um marco histórico: M. Traíra gravou um LP em conjunto com os Mestres, Cobrinha Verde,Gato Preto e outros capoeiristas. No entanto Essa obra-prima, considerada uma das melhores produções musicais da capoeira até os tempo de hoje, encantando com sua musicalidade, afinação instrumental e harmonia entre voz e bateria.

Entre 1970 e 1971, Ele faleceu, vítima de cirrose hepática. Por tanto a sua chama jamais se apagou, Mestre Barba Branca, entre 1970 e 1971, teve a honra de aprender com Ele. Nesse mesmo período, sua figura foi eternizada no livro “Capoeira Angola: ensaio sócio-etnográfico”, de Waldeloir Rego.

Um Grande Símbolo

Ele transcendeu ao seu tempo: Foi um guardião da cultura afro-brasileira, um grande artista que elevou a capoeira à sua máxima expressão e um líder que inspirou gerações de capoeiristas. Seja como for sua memória vive acesa nas rodas, nos ensinamentos e na paixão que ele despertou em todos que tiveram a honra de presenciar e conhecer sua arte.

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=zDQimUcOlSs&t=50s

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